Autópsia em ferimentos desvenda mistério da morte de Tutancâmon

Foram necessários milhares de anos, uma combinação de ciência forense do século 21 e sorte para que fosse desvendado o mistério de Tutancâmon, o faraó mais famoso do mundo, morto aos 19 anos, em 1323 a.C. O enigma de sua morte foi intensificado quando o arqueólogo Lord Carnarvon morreu no Cairo, pouco depois que ele e Howard Carter descobriram o túmulo de Tutancâmon, em 1922.
Agora, especialistas britânicos acreditam ter resolvido o enigma da morte do jovem rei. Para eles, os ferimentos em seu corpo são semelhantes aos sofridos em um acidente com uma carruagem. Além disso, sua mumificação não teria dado certo e foi "remendada".
Chris Naunton, diretor da Egypt Exploration Society, ficou intrigado quando encontrou nos registros de Carter que havia sinais de queimaduras no corpo do faraó. Juntamente com o arqueólogo forense Matthew Ponting, Connolly usou imagens obtidas por um microscópio eletrônico que determinou que a carne havia sido queimada.
Veja o vídeo da Máscara Mortuária de Tutancâmon
Análises químicas posteriores confirmaram que o corpo de Tutancâmon queimou enquanto ele estava na tumba. Os óleos de embalsamação combinados com o oxigênio e linho provocaram uma reação química que "cozinhou" o corpo do faraó a temperaturas acima de 200 graus Celsius. Depois, uma autópsia virtual, com cientistas do Instituto Forense de Cranfield, revelou um padrão de ferimentos em um dos lados do corpo. A investigação também explica porque múmia do rei é a única que não tem o coração: o órgão foi danificado além das possibilidades de reparo.
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Joias de tumba egípcia de 5 mil anos têm origem extraterrestre, diz estudo

Contas egípcias antigas encontradas em uma tumba de 5 mil anos de idade foram feitas a partir de meteoritos de ferro que caíram para a Terra, de acordo com um novo estudo. As contas, que são os mais antigos artefatos de ferro conhecidos no mundo, foram produzidos 2 mil anos antes da Idade do Ferro, no Egito. O estudo foi publicado no Journal of Archaeological Science.
Em 1911, nove contas em forma de tubo foram escavadas de um cemitério antigo perto da aldeia de el-Gerzeh, ao sul do Cairo, de acordo com o principal autor do estudo sobre os objetos, Thilo Rehren, professor da UCL Qatar, uma espécie de "posto avançado" na Ásia do Instituto de Arqueologia da University College, de Londres. O túmulo é de, aproximadamente, 3.200 a.C, afirmam os pesquisadores.
Altas concentrações de níquel
Dentro da tumba, que pertencia a um adolescente, as contas de ferro foram amarradas a um colar, que estava com outros materiais como ouro e pedras preciosas. Os primeiros testes para análise dos elementos dos artefatos revelaram, curiosamente, altas concentrações de níquel, o que levantou a hipótese de que estes elementos poderiam ter origem de meteoritos de ferro.
Porém, ainda não havia uma prova definitiva de origens cósmicas das contas, já que persistiram questões sobre se quantidades semelhantes de níquel poderiam estar presente em outros artefatos de ferro produzidos pelo homem. Ao digitalizar as esferas de ferro com feixes de nêutrons e raios gama, os investigadores encontraram altas concentrações de cobalto, fósforo e germânio, estes elementos estavam presentes em níveis que só ocorrem em meteoritos de ferro.
Como eles trabalharam a partir do meteoro?
Agora que a origem do material parece estar mais clara para os pesquisadores, a pergunta é: como estas contas foram fabricadas pelos homens daquela época a partir de um meteoro, um objeto que, teoricamente, não é fácil de ser trabalhado?
Para os pesquisadores envolvidos no estudo, esta seria uma operação demasiadamente elaborada para algo que teria ocorrido há 5 mil anos, já que assumimos historicamente que a Idade do Ferro no Egito começou há 3 mil anos. Após outros exames de raios-X, os pesquisadores sugerem que os meteoritos de ferro foram aquecidos e martelados em folhas finas e, em seguida, tecidas em torno de palitos de madeira para criar as contas em forma de tubo. Outras pedras encontradas na mesma tumba exibem técnicas de trabalho mais tradicionais, como escultura e perfuração.
Estudos anteriores
Esta não é a primeira vez que as contas desta mesma tumba egípcia são associadas ao cosmos. No início deste ano, em maio, pesquisadores da Open University e University of Manchester publicaram um artigo na revista Meteoritics and Planetary Science sobre as origens celestiais das contas antigas.
Outros pesquisadores identificaram diferentes artefatos que também têm origens do espaço. No ano passado, cientistas alemães descobriram uma estátua de Buda esculpida a partir de um meteorito entre os séculos 8 e 10 d.C.
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