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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Hidrologia[editar código-fonte]
A área das montanhas de Tebas está sujeita a violentas tempestades pouco frequentes, causando inundações no vale. Estudos recentes mostraram que existem pelo menos sete corrégos ativos no leito que levam para até a parte central do vale.12 A parte central aparenta ter sido inundada ao final da XVIII dinastia e enterrado várias tumbas embaixo de metros de detritos. As tumbas KV63, KV62 e KV55 foram escavadas no leito de rocha do uádi ao invés de em detritos, mostrando que o nível do vale na época eram 5 m mais baixo que o atual.13 Após esse evento as dinastias posteriores nivelaram o vale, fazendo com que as inundações depositassem os detritos mais abaixo, e as tumbas enterradas foram esquecidas até serem descobertas no início do século XX.14 Essa foi a área escaneada e investigada pelos radares da Amarna Royal Thumbs Project, que revelou várias anomalidades, uma delas que foi provada ser KV63.15
História[editar código-fonte]
al-Qurn visto do vale.
As Montanhas de Tebas são dominadas pelo pico do al-Qurn, conhecido pelos antgos egípcios como ta dehent, ou "O Pico".16 Ele possui uma aparência que se assemelha a uma pirâmide, e é provável que ele tenha influenciado as pirâmides do Império Antigo, mais de mil anos antes dos primeiros sepultamentos reais no vale.17 18 Sua posição isolada também resultava em um acesso reduzido, e uma polícia especial (os Medjai) era capaz de guardar a necrópole.19
Apesar dos icônicos complexos de pirâmides no platô de Gizé terem virado o símbolo do Antigo Egito, a maioria das tumbas eram construídas dentro de rochas. Grande parte das pirâmides e mastabas contém seções escavadas no solo, e há também tumbas no Egito completamente escavadas na rocha que datam do Império Antigo.20
Após a vitória sobre os Hicsos e a reunificação do Egito no reinado de Amósis, os governantes de Tebas começaram a construir tumbas elaboradas que passariam a refletir seu poder recém encontrado.21 As tumbas de Amósis e seu filho Amenófis I (suas localizações exatas ainda são desconhecidas) estavam provavelmente na necrópole Dra' Abu el-Naga', da XVII dinastia.22 As primeiras tumbas reais construídas no vale foram as de Amenófis I (apesar disso ser discutido)23 e Tutmés I, cujo seu conselheiro Ineni escreve em sua tumba que ele aconselhou seu faraó a colocar a sua no desolado vale (a identidade da verdadeira tumba ainda é incerta, porém é provavelmente KV20 ou KV38).16
“ Eu vi a escavação da tumba de pedra de sua majestade, sozinho, ninguém vendo, ninguém escutando.24 ”
O vale foi usado como principal local de sepultamento entre 1 539-1 075 a.C., aproximadamente, e contém pelo menos 63 tumbas, começando com a de Tutmés I (ou possivelmente mais cedo, durante o reinado de Amenófis I) e terminando com a de Ramsés X ou Ramsés XI, apesar de sepultamentos não-reais continuarem em tumbas usurpadas.25
Apesar de seu nome, o Vale dos Reis também contém as tumbas de nobres poderosos assim como as de esposas e filhos de faraós e nobres, significando que apenas por volta de 20 tumbas contêm realmente sepultamentos de reis; o resto consiste em nobres e famílias reais, junto com covas não marcadas e esconderijos de embalsamamento.26 Por volta da época de Ramsés I, construções começaram a ser feitas no separado Vale das Rainhas.27
Necrópole Real[editar código-fonte]
O nome oficial do local nos tempos antigos era A Grande e Majestosa Necrópole dos Milhões de Anos do Faraó, Vida, Força e Saúde a Oeste de Tebas (abaixo a escrita hieroglífica), ou mais comumente, Ta-sekhet-ma'at, ou "O Grande Campo".28
G41 G1 Aa1
D21 O1 O29
Y1 A50 s Z4
Y1 G7 N35 C11 Z2
N35 M4 M4 M4 t
Z2
N35 O29
O1 O1 G7 S34 U28 s D2
Z1 R14 t
t N23 Z1
N35 R19 t
O49 G7
28
No começo da XVIII dinastia, apenas faraós eram sepultados em grandes tumbas; quando alguém fora da realeza era sepultado, era em uma câmara muito menor perto da tumba de seu mestre.24 A tumba de Amenófis III foi construída no Vale Ocidental (WV22), enquanto que seu filho Aquenáton construiu a sua em Amarna; acredita-se que a inacabada WV25 era originalmente para ele.29 Com a volta da antiga religião ao final da dinastia, Tutancâmon, Ay e Horemheb retornaram para a necrópole real.30
Na XIX e XX dinastia houve um aumento no número de sepultamentos reais (tanto aqui quanto no Vale das Rainhas), com Ramsés II e Ramsés III construindo tumbas enormes que foram usadas para sepultar seus filhos (KV5 e KV3, respectivamente).31 32 Há alguns faraós que não foram sepultados no vale e cujas tumbas não foram localizadas: Tutmés II pode ter sido sepultado em Dra' Abu el-Naga' (apesar de sua múmia ter sido encontrada no esconderijo de Deir el-Bahari), o local de sepultamento de Semencaré nunca foi localizado, e Ramsés VIII aparenta ter sido sepultado em outro lugar.
Na Época das Pirâmides, a tumba de um faraó estava associada com um templo mortuário localizado próximo a pirâmide. Quando as tumbas passaram a ser escondidas, o templo foi movido para longe, mais perto das áreas de cultivo de frente para Tebas.16 Esses templos mortuários se tornaram locais visitados em festividades realizadas na Necrópole de Tebas, mais notavelmente o Lindo Festival do Vale, onde barcas sagradas de Amon, sua consorte Mut e seu filho Khonsu deixariam o Templo de Karnak para poderem visitar os templos funerários dos antigos faraós na margem oeste do Rio Nilo e seus santuários na necrópole.33
As tumbas foram construídas e decoradas por trabalhadores do vilarejo de Deir el-Medina, localizado em um uádi entre o Vale dos Reis e o Vale das Rainhas, de frente para Tebas. Os trabalhadores iam até as tumbas através de rotas nas montanhas. A vida diária desses trabalhadores é bem conhecida, registrada em tumbas e em documentos oficiais.34 Entre os eventos documentados está o primeiro registro de uma greve trabalhista da história da humanidade.35 36
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