Época Baixa

Após a sua anexação pelo Império Aquemênida, o Egito seria aglomerado com o Chipre e com a Fenícia, na sexta satrapia dos persas aquemênidas. Este primeiro período de domínio persa sobre o Egito, também conhecido como XXVII dinastia, terminou em 402 a.C.. De 380 a 343 a.C., a XXX dinastia governou como última casa real nativa do Egito dinástico, que terminaria com o reinado de Nectanebo II. Uma breve restauração do domínio persa, por vezes designada como XXXI dinastia, teve início em 343 a.C., mas pouco depois, em 332 a.C., o governante persa Mazaces entregou sem grande resistência o Egito a Alexandre, o Grande.120
Dinastia Ptolomaica

Busto do faraó Ptolemeu I Sóter.
A cultura grega não pretendeu impor-se à cultura egípcia nativa, tendo os Ptolomeus apoiado tradições seculares de forma a garantir a lealdade da população. Foram construídos novos templos em estilo egípcio, apoiadas as formas de culto tradicionais, e os governantes retratavam-se a si mesmo como faraós.121 Algumas tradições de ambas as culturas foram fundidas, como deuses gregos e egípcios sincretizados em divindades híbridas, como Serápis, e formas clássicas da escultura grega influenciaram motivos tradicionais egípcios. Apesar dos seus esforços para apaziguar os egípcios, os Ptolomeus foram contestados por rebeliões locais, rivalidades entre famílias e pela poderosa máfia de Alexandria, formada depois da morte de Ptolemeu IV.124 Além disso, à medida que Roma dependia cada vez mais de importações de cereais do Egito, os romanos começaram a demonstrar grande interesse na situação política da região. Revoltas egípcias constantes, políticos ambiciosos e poderosos oponentes sírios contribuíram para a instabilidade da região, levando Roma ao envio de tropas com o objectivo de assegurar o país como província do seu império.125
Domínio romano


Um dos retratos de Faium, uma das tentativas de unir as culturas egípcia e romana.
Embora os romanos tivessem uma atitude mais hostil do que os gregos para com os egípcios, algumas tradições foram mantidas, como a mumificação e o culto dos deuses tradicionais. A arte de retratar as múmias floresceu e alguns dos imperadores romanos se fizeram retratar como faraós, embora não na medida dos Ptolomeus, já que os primeiros moravam fora do Egito e não desempenharam funções cerimoniais da realeza egípcia. A administração local tornou-se romana o que tendeu a minar a liberdade dos nativos egípcios.128
A partir de meados do século I d.C., o cristianismo se enraizou em Alexandria, sendo visto e aceito como outro culto. No entanto, o fato de ser uma religião inflexível e proselitista, que procurava converter pessoas do paganismo, ameaçando com isso as tradições religiosas populares, levou à perseguição dos convertidos ao cristianismo, que culminou com o grande expurgo de Diocleciano a partir de 303. Apesar disso, o cristianismo acabou por triunfar.129 Em 391 o imperador cristão Teodósio I introduziu uma legislação que proibiu ritos pagãos e os templos foram fechados.130 Alexandria tornou-se palco de grandes protestos anti-pagãos, com imagens públicas e privadas destruídas.131 Como consequência, a cultura do Egito pagão entrou em declínio. Enquanto a população nativa continuou a usar a sua língua, a capacidade de ler e escrever hieróglifos, na medida em que o papel dos sacerdotes tornou-se exímio, acabou por retroceder.nt 2 Os templos eram por vezes convertidos em igrejas ou abandonados.132
No século IV d.C. o Império Romano dividiu-se em duas partes e o Egito se incorporou ao Império Oriental, conhecido como o Império Bizantino. O Império do Oriente tornou-se cada vez mais "oriental" em grande estilo e suas antigas ligações com o mundo greco-romano começam a se desvanecer. O sistema grego de governos locais por cidadãos já tinha desaparecido completamente. Em 616 o rei sassânida Cosroes II conquistou o Egito,133 cujo controle seria retomado pelos bizantinos em 628 sob o imperador Heráclio.134
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