Época Tinita


As duas faces da Paleta de Narmer. Nela é representada a suposta unificação do Alto e Baixo Egito.71
Durante o período tinita (ca. 3 150 a.C.), a primeira dinastia de faraós consolidou seu controle sobre o Alto Egito mudando a capital de Tinis para a recém-fundada Mênfis,76 a partir da qual eles poderiam controlar a força de trabalho e a agricultura do fértil Delta, bem como as rotas do lucrativo e fundamental comércio com o Levante (especialmente com o corredor sírio-palestino de onde obtinham a madeira de cedro). Os faraós realizaram ataques contra núbios, líbios e beduínos, assim como realizaram incursões no Sinai em busca de cobre e turquesa e no Mar Vermelho para exploração das minas locais.75 O crescente poder e riqueza dos faraós durante o período dinástico se refletiu em suas mastabas elaboradas e em estruturas de culto mortuário em Abidos, que foram utilizadas para celebrar o faraó endeusado após sua morte.77 A forte instituição da realeza desenvolvida pelos faraós serviu para legitimar o controle estatal sobre a terra, trabalho e recursos que foram essencialmente para a sobrevivência e o crescimento da antiga civilização egípcia.78
Império Antigo

Durante o Império Antigo, uma administração central bastante desenvolvida tornou possível o aumento da produtividade agrícola, o que serviria de motor para impressionantes avanços nos campos da arquitetura, arte e tecnologia.80 Sob a direção do tjati (vizir), funcionários do Estado arrecadavam impostos, coordenavam projetos de irrigação para melhorar o rendimento das culturas, recrutavam camponeses para trabalhar em projetos de construção e estabeleceram um sistema de justiça que assegurava a manutenção da ordem e da paz.81 Com os excedentes dos recursos disponibilizados por uma economia produtiva e estável, o Estado foi capaz de patrocinar a construção de monumentos colossais e a excepcional comissão de obras de arte para as oficinas reais.82
A par da crescente importância da administração central, surgiu uma nova classe de escribas e oficiais letrados que receberam propriedades do faraó como pagamento pelos seus serviços.79 Os faraós também fizeram concessões de terras para seus cultos funerários e templos locais, de forma a garantir que estas instituições teriam recursos necessários para a adoração do faraó após a sua morte. Acredita-se que cinco séculos de práticas feudais corroeram lentamente o poder econômico do faraó, e que a economia deixou de conseguir sustentar uma grande administração central.83 Com a diminuição do poder do faraó, governantes regionais designados nomarcas começaram a desafiar a supremacia do faraó.79 Isso, em conjunto com um período de secas extremas entre 2 200-2 150 a.C.,84 é apontado como causa da transição para um período de 140 anos de fome e conflitos conhecido por Primeiro Período Intermediário.85
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