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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Época Tinita

As duas faces da Paleta de Narmer. Nela é representada a suposta unificação do Alto e Baixo Egito.71
No século III a.C., o sacerdote Manetão estabeleceu uma cronologia dos faraós desde Menés aos seus contemporâneos, agrupando-os em 30 dinastias, um sistema ainda em uso atualmente.72 Ele escolheu para começar a sua história oficial o rei chamado Meni (em grego: Menés) que se acredita ter sido o unificador dos reinos do Alto e Baixo Egito (ca. 3 100 a.C.).73 Na realidade, a transição para um estado unificado aconteceu de forma mais gradual do que os escritores egípcios relatam, e não há registro contemporâneo de Menés. Alguns académicos acreditam, no entanto, que o mítico faraó Menés pode realmente ter sido o faraó Narmer, que é retratado vestindo trajes reais sobre a cerimonial Paleta de Narmer em um ato simbólico de unificação,74 ou então o faraó Hórus Aha.75
Durante o período tinita (ca. 3 150 a.C.), a primeira dinastia de faraós consolidou seu controle sobre o Alto Egito mudando a capital de Tinis para a recém-fundada Mênfis,76 a partir da qual eles poderiam controlar a força de trabalho e a agricultura do fértil Delta, bem como as rotas do lucrativo e fundamental comércio com o Levante (especialmente com o corredor sírio-palestino de onde obtinham a madeira de cedro). Os faraós realizaram ataques contra núbios, líbios e beduínos, assim como realizaram incursões no Sinai em busca de cobre e turquesa e no Mar Vermelho para exploração das minas locais.75 O crescente poder e riqueza dos faraós durante o período dinástico se refletiu em suas mastabas elaboradas e em estruturas de culto mortuário em Abidos, que foram utilizadas para celebrar o faraó endeusado após sua morte.77 A forte instituição da realeza desenvolvida pelos faraós serviu para legitimar o controle estatal sobre a terra, trabalho e recursos que foram essencialmente para a sobrevivência e o crescimento da antiga civilização egípcia.78

Império Antigo

Estátua de Quéops, o faraó construtor da Grande Pirâmide de Gizé.
No Império Antigo ocorreram diversas expedições para exploração mineral nas minas do Sinai e Mar Vermelho assim como campanhas militares contra núbios e líbios. Concomitantemente, o comércio com o Oriente Próximo (Líbano, Palestina, Mesopotâmia) e o Punt intensificou-se e, juntamente com os sucessos militares, possibilitou ao Egito fundar acampamentos estratégicos e uma frota marítima, assim como adquirir ouro, cobre, turquesa, madeira de cedro, mirra, malaquita e electrum.79
Durante o Império Antigo, uma administração central bastante desenvolvida tornou possível o aumento da produtividade agrícola, o que serviria de motor para impressionantes avanços nos campos da arquitetura, arte e tecnologia.80 Sob a direção do tjati (vizir), funcionários do Estado arrecadavam impostos, coordenavam projetos de irrigação para melhorar o rendimento das culturas, recrutavam camponeses para trabalhar em projetos de construção e estabeleceram um sistema de justiça que assegurava a manutenção da ordem e da paz.81 Com os excedentes dos recursos disponibilizados por uma economia produtiva e estável, o Estado foi capaz de patrocinar a construção de monumentos colossais e a excepcional comissão de obras de arte para as oficinas reais.82
A par da crescente importância da administração central, surgiu uma nova classe de escribas e oficiais letrados que receberam propriedades do faraó como pagamento pelos seus serviços.79 Os faraós também fizeram concessões de terras para seus cultos funerários e templos locais, de forma a garantir que estas instituições teriam recursos necessários para a adoração do faraó após a sua morte. Acredita-se que cinco séculos de práticas feudais corroeram lentamente o poder econômico do faraó, e que a economia deixou de conseguir sustentar uma grande administração central.83 Com a diminuição do poder do faraó, governantes regionais designados nomarcas começaram a desafiar a supremacia do faraó.79 Isso, em conjunto com um período de secas extremas entre 2 200-2 150 a.C.,84 é apontado como causa da transição para um período de 140 anos de fome e conflitos conhecido por Primeiro Período Intermediário.85

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