Primeiro Período Intermediário


Estátua de Quéfren.
Livres da fidelidade ao faraó, os governantes locais começaram a competir entre si pelo controle territorial e poder político. Por volta de 2 160 a.C., os governantes de Heracleópolis controlavam o Baixo Egito, enquanto um clã rival, baseado em Tebas, a família Intef, assumiu a posse do Alto Egito. À medida que os Intefs cresceram em poder e se expandiram para norte, um confronto entre as duas dinastias rivais tornou-se inevitável. Cerca de 2 055 a.C., as forças de Tebas sob o comando de Mentuhotep II derrotaram finalmente os governantes de Heracleópolis, reunindo as Duas Terras e dando origem a um período de renascimento econômico e cultural conhecido como o Império Médio.88
Império Médio

Tendo sido garantida a segurança militar e política, e na presença de uma vasta riqueza agrícola e mineira, a população, a arte e a religião prosperaram significativamente. Em contraste com a atitude elitista do Império Antigo para com os deuses, no Império Médio assistiu-se a um aumento nas manifestações de devoção pessoal, e àquilo que pode ser designado por democratização da vida no além, na qual todas as pessoas possuem uma alma e podem ser recebidas na companhia dos deuses.92 A literatura do Império Médio abordava temas eruditos e personagens complexos, narrados num estilo confiante e eloquente.87 A escultura capturou detalhes subtis e distintos que atingiram um novo patamar de perfeição técnica;93 os líderes retomam o costume de erigirem pirâmides.94
No Império Médio, como forma de garantir a sucessão, os faraós ainda em vida dividiram o trono com seu sucessores, mantendo-os como co-faraós.95 O último grande governante do Império Médio, Amenemés III, permitiu que colonos asiáticos se instalassem na região do Delta de modo a ter disponível força de trabalho suficiente para as suas particularmente ativas campanhas de construção e mineração. Estas ambiciosas campanhas, porém, em conjunto com cheias inadequadas do Nilo no seu reinado, fragilizaram a economia e precipitaram um lento declínio no Segundo Período Intermediário durante as posteriores XIII e XIV dinastias. Durante esse declínio, os colonos asiáticos começaram a assumir o controle da região do Delta, acabando por alcançar o poder no Egito, como foi o caso dos hicsos.96
Segundo Período Intermediário

Depois da retirada, os reis de Tebas se viram presos entre os hicsos no norte e os aliados núbios dos hicsos, os cuchitas, no sul. Após anos de inatividade, Tebas reuniu força suficiente para desafiar os hicsos em um conflito que duraria mais de 30 anos, até 1 555 a.C.97 Os faraós Taá II e Kamés acabaram por derrotar os núbios, mas foi o sucessor de Kamés, Amósis, que empreendeu com sucesso uma série de campanhas que permanentemente erradicaram os hicsos no Egito. No Império Novo que se seguiu, o poder militar se tornou uma prioridade central para os faraós, que procuraram expandir as fronteiras do Egito e garantir o domínio completo do Oriente Próximo.99
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